sábado, 1 de janeiro de 2011

Terapia Familiar Estratégica

Terapia Familiar Estratégica- ( Resumo do capítulo 6 )


Terapia de soluções de problemas

A terapia familiar estratégica teve seu apogeu entre os anos de 1970 a 1980. Os nomes mais citados dessa abordagem são: Jay Haley, John Weakland, Mara Silvini, Bateson, Miltom Erickson, Boscolo, Cecchin.

Conhecida como a abordagem mais voltada à resolução de problemas, recebeu, posteriormente, inúmeras críticas, em função de ter um caráter "manipulador, vez que o cliente era "levado à mudança com ou sem colaboração".

Críticas à parte, a terapia estratégica, deu significativa contribuição ao processo terapêutico familiar, pela utilização de poderosos insigts. Pontua a abordagem que os membros familiares, frequentemente, perpetuam seus problemas por repetições de soluções mal direcionadas e que diretrizes terapêuticas adaptadas às necessidades específicas de cada família, podem muita vezes produzir mudanças súbitas e decisivas.

A terapia estratégica teve sua origem na Teoria da Comunicação desenvolvida por Bateson , no seu projeto de estudo acerca da esquizofrenia e evoluiu em tres modelos diferentes: Terapia do M.R.I., terapia estratégica de Haley e Madames e modelo sistêmico de Milão. Todos os tres modelos nasceram no Mental Research Institute.

A terapia estratégica teve influência dos estudos Milton Erickson( famoso hipnoterapeuta) o qual afirmava que as pessoas podiam mudar subitamente, mediante suas experiências com a hipnose. Erickson transformou a terapia estratégica em um processo muito breve.

No contexto familiar as mensagens são padronizadas como regras que têm como objetivo preservar a homeostase familiar.

Na terapia estratégica são analisadas as respostas dos membros familiares às regras e estudados os padrões de comportamento. Nesse processo, avalia-se os feedbacks familiares que investem na homeostase da família, e rejeitam a mudança, e os que favorecem à transformação.

O objetivo é focar as interações que perpetuam a dificuldade que podem ser modificados, em vez de se aprofundar nas causas subjacentes, as quais, segundo a visão estratégica, nem sempre são sensíveis à mudança.

Haley também foca o olhar na estrutura de hierarquia familiar e diz:"A perturbação de um indivíduo está em proporção direta com o número de hierarquias defeituosas nas quais ele se insere".

Tanto Haley como Silvini pontuam que os terapeutas familiares precisam ficar atentos aos jogos de poder das interações familiares como ainda, observarem bem a função protetora dos sintomas para toda a família.

A terapia familiar estratégica apresenta tres explicações básicas de como os problemas se originam:

1- As dificuldades são transformados em problemas crônicos, em função de soluções ineficientes;

2- Os problemas são consequências de hierarquias incongruentes;

3- As dificuldades acontecem quando os familiares tentam esconder ou negar a função do sintoma , para o grupo familiar como um todo.


Os terapeutas familiares estratégicos, de foco breve, trabalham para que seus clientes estabelecam seus próprios objetivos, tendo como meta imediata mudar as respostas comportamentais dos familiares aos seus problemas. Nesse período eram enfáticos em atribuir a responsabilidade da mudança do cliente somente ao terapeuta.

Mais adiante, Boscolo e Cecchin desenvolveram uma terapia estratégica afastando-se das diretivas e manipulações, passando a se interessarem mais pelo processo, histórias e significados familiares.

O modelo do Mental Research Institute traz na sua abordagem estratégica os seguintes passos ao processo terapêutico:

- Introdução à organização do tratamento;

- Investigação e definição do problema;

- Apreciação do comportamento que mantem o problema;

- Estabelecimento de objetivos de tratamento;

- Seleção e execução de intervenções comportamentais;

- Término.

São várias as técnicas utilizadas que ainda hoje fazem parte do instrumental da terapia estratégica, tais como conotação positiva e vivência de rituais.

Haley avaliava que para um processo terapêutico ter sucesso, precisava começar bem. Assim sendo, direcionava muita atenção ao processo inicial do tratamento. Independentemente de quem era apresentado como o paciente identificado, entrevistava todos os familiares. Esse estudo inicial obedecia aos seguintes estágios: estágio social,estágio do problema, estágio de interação e estágio de estabelecimento de objetivos.

A partir de 1990 modelos terapêuticos mais colaborativos, se distanciaram um pouco da terapia familiar estratégica. Todavia é essencial que não desmerecemos os fatores valiosos dessa abordagem, tais como:"Ter um objetivo terapêutico claro, antecipar como os familiares reagirão às intervenções, compreender e não perder de vista as sequências de interações e utilizar diretivas criativamente".

Lígia Oliveira- Terapeuta de família/casal e psicanalista.

Base de leitura para o resumo: Terapia familiar : conceitos e métodos /Michael P. Nichols, Richard C. Schwartz; tradução Maria Adriana Veríssimo Veronese. -7ed.- Porto Alegre : Artmed, 2007

Um comentário:


  1. Qual é a importância das intervenções familiares?
    http://blog.viversemdroga.com.br/qual-e-a-importancia-das-intervencoes-familiares/

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